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sábado, 7 de junho de 2014

Sobre a minha vida no mundo do balé



Maio foi muito especial no quesito "respirei balé o mês inteiro". Foram muitas experiências novas e o meu contato com esse mundo aumentou 200%. Com isso, não pôde ficar mais claro, que eu amo de paixão o balé. É algo que mexe muitíssimo comigo, e deixou há um bom tempo de ser um simples hoby.
Os ensaios se intensificaram, as cargas horárias aumentaram e a minha dedicação junto. Durante todo o mês eu fiquei na base de "Eat, sleep, dance, - study -, repeat", e isso não poderia me deixar mais feliz hahaha.

Tantas coisas aconteceram que é difícil até de contar sem tornar isso algo maçante, mas vou tentar. Na primeira semana de maio, participei de uma mostra de dança "fora de casa", algo muito novo para mim, eu definitivamente tive que sair da minha zona de conforto. Estréia de coreografia, teatro duas vezes maior ainda inexplorado, lotado, não conhecia ninguém das pessoas que dividiam o camarim comigo. Todas as vezes que me apresentei foram em "casa", o espetáculo era formado por pessoas familiares, se alguma falha acontecesse, dane-se, estou aqui porque amo dançar, e não para me provar para alguém. Mas dessa vez foi diferente, tinham milhares de escolas e companhias de dança, muitos profissionais, a pressão era muito maior. Por fim, apesar daquela sensaçãozinha de "poderia ter sido melhor", ocorreu tudo bem.
Os ensaios continuaram, e na semana seguinte participei de uma outra mostra de dança, porém desta vez " em casa ", fomos muito elogiadas e isso me deixou radiante hahaha, não poderia ter sido melhor.
Junho já começou com o mesmo ritmo e ontem realizamos um espetáculo no Teatro Municipal de SA.

Sabe, quando assistimos algo de fora, não só um espetáculo de dança, mas qualquer evento, tudo nos parece lindo e mágico, sequer imaginamos as loucuras que acontecem para que aquilo se torne lindo e mágico para quem assiste. A correria, o nervosismo, a pressão, uma série de coisas que sempre acontecem em dias como este. Ontem sai do palco prestes a chorar. Errei um pé no final da coreografia, que estragou toda uma sequencia de passos que felizmente só prejudicaram a mim. Dizem que o que denuncia o erro da bailarina é o rosto, sua expressão, pois então continuei sorrindo até a coreografia acabar e toda a encenação que vinha logo em seguida, nada tinha acontecido. Tive tanta sorte, que pude ouvir meu vestigo rasgar eu um momento da música.   
Quando entrei no camarim eu simplesmente desabei, que vergonha, shame on you vic! Mas eu precisava chorar, precisava limpar a alma sabe? É bom chorar, faz bem, nos tira um peso do coração. Foi isso, eu errei, aprendi com o erro, continuei e continuarei. Foi uma semana difícil, melhores virão, eu tenho certeza e fé. Não desistirei do balé porque nele encontrei um amor, que antes nunca cogitara que poderia existir. Sou perfeccionista ao extremo, fico feliz quando sei que cumpri meu trabalho de forma excepcionalmente perfeita, se não, continuarei tentando e tentando até conseguir, e ah se vou, vou conseguir mesmo!

"E por mais que eu fique perdida nas aulas, por mais que eu fique confusa com as sequências de passos, me sinta mal por não conseguir executar um passo com a perfeição desejada. Lá é onde eu me encontro e me faz sentir melhor que em qualquer lugar que eu consiga fazer tudo bem feito. Porque a perfeição para mim está em ser bailarina"

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