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quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Apanhador de sonhos


Essa tarde tive um pesadelo, mas não era nada parecido com monstros ou fantasmas ou até serial killers me perseguindo. Era uma cena de cotidiano muito comum, mas com um pequeno e miserável detalhe. Eu me lembro bem, era no entardecer daquele dia frio e eu passava pela rua 4 que estava bem movimentada como todos os dias. Era meio de novembro, logo o inverno chegaria e a temperatura caía cada vez mais. Como boa londrina, eu amava aquela época do ano. O frio, as roupas, o modo como tudo ficava diferente, e mal podia esperar pela neve, ah como eu amava a neve. Foi então que toda aquela minha euforia interna se petrificou, congelou assim que te vi, sorrindo, aparentemente bem feliz. No primeiro momento meu coração disparou, minhas pernas bambearam e senti a adrenalina subir até o ultimo fio de cabelo. Afinal era você alí, mas logo notei uma movimentação do seu lado, e era alguém, mas te abraçando. De certa forma, mesmo eu odiando admitir, aquilo não me agradou muito embora não fosse nenhuma obrigação sua.
Quando o seu olhar encontrou o meu, eu imagino que eu não tenha conseguido conter meu olhar de reprovação. A sua fisionomia ficou séria, mas acho que aquela pessoa também não notou. Como um chute no peito, aquilo me atingiu de uma forma que nem eu mesma poderia imaginar ser capaz de sentir. Odiando o fato de que cada vez mais você está presente na minha mente. Aquela cena pareceu ficar congelada por uma década, e foi assim que eu parti, continuei meu rumo para qualquer lugar que seja que eu estava indo. Então dessa forma, no ápice do meu sonho, acordei. Não era meio de novembro, nem no entardecer muito menos você alí. Meu coração ainda estava agitado, virei para o outro lado da cama, respirei aliviada e fechei os olhos com a intenção de voltar a dormir.

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