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quinta-feira, 28 de junho de 2012

Anjo


Quando se perde alguém, na nossa cabeça, se passa inúmeros filmes, as lembranças boas e ruins, e logo em seguida, uma dor maior ainda por conta daquele sentimento "eu devia ter..."
Eu me questiono por que cometemos a mesma burrice sempre, por que as pessoas esquecem que aquilo não estará alí pra sempre, esquecem o valor que tal coisa tem.
Eu perdi um padrinho, meu segundo pai, que é agora um anjo, uma nova estrela que nasceu no céu.
É uma dor que eu nunca senti, em um dia aquela pessoa pode te abraçar e em outro, isso se torna totalmente impossível.
Esse nó na garganta, fui pega desprevenida, nunca fui boa com perdas.
Me pergunto também, por que dessa ironia do destino, eu sempre acreditei que tudo na vida tem um porque, mas agora, quem me responde?
A vida é uma benção, é tudo tão mágico e permitem fazer dela essa abobrinha. Bobeira!
Essa dor, com o tempo diminui, vai se aquietando com o passar dos anos e em contraponto vem a saudade, que só aumenta.




Dedicatória: Padrinho Claudio Muzetti

sábado, 9 de junho de 2012

Love is our weapon





Uma vez perguntaram a John Lennon: Por que você não pode ficar sozinho, sem a Yoko?
E em resposta ele disse:  Eu posso, mas não quero. Não existe razão no mundo porque eu devesse ficar sem ela. Não existe nada mais importante do que o nosso relacionamento, nada. E nós curtimos estar juntos o tempo todo. Nós dois poderíamos sobreviver separados, mas pra quê? Eu não vou sacrificar o amor, o verdadeiro amor, por nenhuma piranha, nenhum amigo e nenhum negócio, porque no fim você acaba ficando sozinho à noite. Nenhum de nós quer isto, e não adianta encher a cama de transa, isso não funciona. Eu não quero ser um libertino. É como eu digo na música, eu já passei por tudo isso, e nada funciona melhor do que ter alguém que você ame te abraçando.



domingo, 3 de junho de 2012

O Valioso Tempo Dos Maduros






Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.

Sinto me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas.
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazer parte da minha. 
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer a careação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretario-geral do coral.
As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa...
Sem muitas cerejas na bacia quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade.
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!

Mario de Andrade